Acompanhada de um sonho perfeito
(Bianc'Albuquerque)
Hoje em dia o choque de opiniões diversas na sociedade é grande, mesmo numa era tão moderna, e tem causado reflexos diversos na vida de muitas pessoas. Tratando-se de idéias divergentes, o abortamento de fetos anencéfalos tem gerado polêmicas bastante intrigantes. Ciência, legislação, igreja, mães e todos aqueles que se interessam pelo assunto têm entrado em um conflito gradativo, onde as dúvidas, questões e argumentos distintos surgem a todo instante.
As grandes e pequenas mentes têm se dividido desde a aceitação do ato, até a repudiação, tendo em mente que o ser humano não possui o “poder divino” de interromper a vida de alguém em nenhuma circunstância. Mas o que tem sido realmente julgado? Quais informações têm sido usadas para que uma opinião seja formada; estando a favor ou contra?
Infelizmente há pensamentos egoístas, onde, independente da conjuntura, há a defesa pela não interrupção da gestação desses pequenos seres vítimas de alterações na formação cerebral. O mundo mantém sua voz bem estridente dizendo o que deve ou não ser feito diante de tal ocorrência, mas todo o sentimento está no corpo, na mente e no coração da mulher que será mãe. Interromper a gestação é poupar a dor da mãe que não poderá ter seu filho saudável e da criança que não terá seu sofrimento diferido.
Pensa-se que a decisão final e única seja da mãe, pois os olhos dos que estão apenas observando, as bocas dos que estão criticando e o corpo de todo aquele que julga a situação e todas as mentes que maquinam pensamentos que condenam a atitude de abortar, não sentem a dor nem o sofrimento real de saber que o presente tão esperado, o filho, é gerado no ventre pela “metade”. Portanto, “deixar viver” o feto anencéfalo é prolongar o sofrimento de ambos.
E você, o que acha?
-
(Bianc'Albuquerque)
Posso transformar meus melhores pensamentos em frases belas e escrevê-las e torcer para que muitos ou os mais interessados leiam e se surpreendam, criem seus argumentos, ataquem-me, questionem-me, acusem-me. Que eu seja o alvo de algo. Não importa "de que", só o fato de ser motivo de comentários dentro e fora do mundo virtual já faria meu ego explodir e me instigaria a continuar expondo meus pensamentos mais polêmicos. Talvez usando todas as palavras que muitos desejam dizer. Quem sabe gritar fora do silêncio (finalmente), protestar. Às vezes penso sobre isso quando leio textos interessantes. Como se ali estivessem todas as palavras que por "séculos" eu tive anseio de dizer. Como se meus pensamentos mais particulares, próprios, somente meus, conceitos e idéias tivessem sido desenvolvidos, criados, fora de mim. Queria ser porta voz! Acho que é isso. De forma direta e indireta.
Fecho os olhos e tenho lembranças. Sinto o cheiro do mar, na pele o arrepio causado pelo vento gelado, o brilho da lua sobre "mim" fazendo sombra no chão. O som das ondas. E aquele gosto tão bom. Tudo vem de lá de dentro de mim e de fora, num lugar aqui e ali. Um lugar tão lindo que me fez e faz sonhar sempre em reviver todos os melhores momentos e ainda poder compartilhar. Nesse mundo tão imenso.
Eu poderia também expressar meus mais secretos sentimentos, falar do meu amor, meu grande amor. Dizer o quanto ele me faz bem, o quanto o quero bem e bem comigo. Poderia dizer o quanto seus olhos me embaraçam e me consomem quando estão direcionados a mim. Escrever com o coração o quanto minhas pernas, braços e boca tremem sutilmente, aparentemente, quando sinto seu cheiro, mesmo de longe. Algo que me domina demasiadamente. Sua gargalhada gostosa, seu abraço tão quentinho, confortante e envolvente. Poderia escrever muito mais, falar inteiramente de mim e do que se passa aqui dentro e querer que ninguém leia para que não descubram meu segredo. Viver e sentir esse medo, a adrenalina correndo por todo o corpo e explodindo no coração, sentir um gelo, sentir calafrios todas as vezes que pensar em abrir a página e saber que fui descoberta.
Isso é louco. Loucura! Insano... Pura insanidade. Mas é o que deixaria meu coração momentaneamente acelerado. E quem foi que disse que momentos curtos não valem? Claro que valem, e muito!
É isso aí! E vou perdendo meu caminho, procurando o que fazer. Algo que me inspire a criar uma bela e louca história. Procuro encontrar a primeira palavra certa para que eu, enfim, possa escrever um espledoroso texto de estréia nesse território onde poucos pisarão firmemente e constantemente.
-
(Bianc'Albuquerque)
"Como todo ser humano um paradoxo real, um termômetro oscilante. Hora bem, hora mal. Um perigo constante" - (b'a)